segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ecos na blogosfera (6)

A Banca rota, o futuro dos portugueses e muito mais
Por Manuel Brandão Alves
A Areia dos Dias

Com este post é minha intenção procurar chamar a atenção para “novidades” que vêm acontecendo e que em muito condicionam o futuro das portuguesas e dos portugueses. A algumas destas questões já fiz alusão em posts anteriores.
Nas últimas semanas muito se tem falado, senão ameaçado, com a possibilidade de bancarrota do Estado Português. Com o clima criado, voluntariamente ou não, têm-se vindo a suscitar estados de ansiedade e de medo sobre uma parte importante, porventura a menos esclarecida, da sociedade portuguesa.
Simultaneamente, têm vindo a ser divulgadas posturas e iniciativas que abrem horizontes de esperança ao nosso orgulho de “ser colectivo”. Vide por ex.: a petição sobre o “Pluralismo de opinião no debate político económico”, o último programa de “A voz do cidadão” da RTP 1 e a entrevista do Prof. Nuno Ferrand de Almeida ao Público.
Mas vamos por partes. Antes de mais a bancarrota. Até há relativamente poucas décadas não era muito comum falar-se de bancarrota a propósito dos Estados. Quem ia à bancarrota eram as empresas ou as pessoas. Tal acontecia quando deixavam de ser capazes de cumprir os seus compromissos, ficando numa situação de insolvência ou falência. Os Estados, dada a sua natureza, nunca seriam candidatos a situações de falência. A crescente interdependência dos Estados torna a perspectiva da bancarrota mais real.
No título acima quis chamar a atenção para a fragilidade das situações de bancarrota e, por isso escrevi “banca rota”. Quer isto dizer que, no caso dos bancos, eles estariam como que rotos, i. e. incapazes de segurarem tudo o que lá se coloque. A imagem é sugestiva, mas não é necessariamente verdadeira. Hoje, por ex. temos vindo a verificar que os bancos precisam de mais e mais dinheiro, para poderem conceder crédito, e é para isso para que eles existem e se tornam indispensáveis. O problema não está no exercício desta sua vocação genérica, mas na utilização dos créditos que concedem, não poucas vezes para financiamento de actividades especulativas de alto risco.
Os Bancos financiam-se a taxas de juro baixas (no Banco Central Europeu (BCE), por ex.) para depois colocarem os capitais assim disponibilizados em mercados com taxas de juro mais do que compensadoras, como por ex. o financiamento da dívida dos EUA. Só que as taxas de juro baixas do BCE somos todos nós que as pagamos, e os capitais que deveriam servir para financiar o arranque das nossas economias têm destinos diversos, como se vê.

(Ler aqui o artigo na íntegra)

domingo, 7 de novembro de 2010

A Voz do Cidadão

O programa do Provedor da RTP, Prof. Paquete de Oliveira, ontem transmitido na RTP1, dedicado à Petição. Retransmissão hoje, dia 7, às 14.44h na RTP2 e na RTPN às 20.30h. Como o tempo voa, a RTP Memória retransmite às 20.55h.

sábado, 6 de novembro de 2010

Ecos na blogosfera (5)

Pluralidade no debate ou tempo de antena ?
Por JP Santos
Economia Política

Corre pela internet uma petição pelo pluralismo de opinião no debate político-económico. É uma posição com que simpatizo, não só porque acredito nas virtudes de um debate franco e aberto em que se defrontem as várias posições e perspectivas para a própria ciência  económica, como penso que esse debate é ainda mais necessário num contexto de crise económica e financeira que está e irá continuar a conduzir a uma revisão do próprio quadro institucional de governação económica e financeira global e temo, pessoalmente, que, nomeadamente no contexto da União Europeia, essa revisão estará a ser dominada por um pensamento económico ortodoxo que não considero ser o mais adequado para a solução dos desafios que enfrentamos.
Julgo que o papel dinamizador desse debate deve ser sobretudo dinamizado no mundo académico, mas considero que também seria importante que esse debate fosse alaragado à sociedade em geral através dos meios de comunicação.
Mas, apesar disso, não subscrevi nem irei subscrever a petição. E não o farei porque considero que o debate deve ser vivo e até acalorado mas para que possa ser útil e frutuoso é necessário que haja, de todas as partes, um respeito mútuo pelas respectivas posições. Não é possível fazer qualquer debate sério e objectivo com o uso e abuso de uma retórica ad hominem, da caricatura e da distorção das posições dos  "adversários" que infelizmente abunda nos círculos que, nomeadamente na blogosfera, tem vindo a promover esta petição e que são exemplificados em posts como este ou este.
Respeito profundamente as posições do Professor José Reis e do José Castro Caldas, que procuro sempre ouvir com toda a atenção. Mas não posso deixar de me sentir perturbado sobretudo pelo segundo post. Desde logo pelo título "Como o abaixo assinado a favor do pluralismo na informação já teve efeitos", pois pensava eu que a ideia era promover o "debate" mas parece que afinal se trata de defender a "pluralidade de informação" o que revela uma perigosa "confusão" perigosa entre "debate/comentário" e "informação". Mas o pior é a forma como o post revela um desprezo absoluto pelas outras posições expressas pelo debate e se caracteriza pelo uso de uma linguagem que de facto inviabiliza qualquer debate sério e objectivo. Algo que não é compatível com a utilização de expressões demasiado coloridas como "regabofe", "arrazoado de mentiras", "rouba os trabalhadores" ou "figurões do bloco central".
Sou completamente a favor de debate político-económico mais alaragdo, mas não contem comigo para reinvidicar tempos de antena.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Programa do Provedor RTP

Tendo tido conhecimento da Petição pelo pluralismo de opinião no debate político-económico, e sensibilizado pelas questões que a mesma suscita, o Provedor do Telespectador da RTP, Paquete de Oliveira, entendeu dedicar a próxima emissão do programa "A Voz do Cidadão" a esta iniciativa.
O programa será emitido na RTP1 no próximo sábado, a partir das 21.00h e no domingo, na RTP2, às 14.45h.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Entrega da Petição

O texto e lista de signatários da Petição pelo pluralismo no debate político-económico foi enviado, como inicialmente estabelecido, às direcções de programas da RTP, SIC e TVI; a responsáveis por programas de debate político e económico(*), aos grupos parlamentares com representação na Assembleia da República e à Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
O êxito da petição em muito deve à divulgação que dela fizeram numerosos blogues. Correndo seriamente o risco de omissões, aqui fica o agradecimento dos promotores desta iniciativa aos seguintes: 2+2=5, 5 dias, A Educação do meu Umbigo, A Terceira Noite, Abrasivo, Arrastão, Arre macho, Arsenal dos Inválidos, Attac Portugal, Blogo Social Português, Conticasosnet, Conversa Avinagrada, Defender o Quadrado, Entre as brumas da memória, Esquerda.net, Ladrões de Bicicletas, Luminária, Mãos Visíveis, Ma-schamba, Minoria Relativa, O circo lusitano, O melhor e o pior, O que fica do que passa, O tempo das cerejas, Passos Perdidos, Precários Inflexíveis, Suite de Ideias, Vias de Facto.

(*) Programas "Prós e Contras", "Grande Entrevista", "O seu Dinheiro", "Contra-Análise" e "Negócios em Dia" (RTP); "Expresso da Meia Noite", "Negócios da Semana" e "Plano Inclinado" (SIC); "Contas à Vida" e "A verdade dos Números" (TVI).